Esperanto, a língua universal

Pasporta Servo e franceses em Lages!

21/05/2010 05:54

 “Eles não são brasileiros!... De onde será que são?” Pelas ruas, museus e bares... praças, igrejas, quase todos os lugares... olhares. Torciam o pescoço e aguçavam os ouvidos. Não é todos os dias que um grupo de figuras alienígenas move-se pelas ruas e calçadas da Lages serena, entoando em vozes transversais palavras enigmáticas. Que língua estão falando? Estamos falando Esperanto, tia! Falando o quê?!

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  Momento “pet” no Calçadão

Aline, Olivier, Magali, Edvaldo, Matheus (que hospedou a Magali e o Olivier em Curitiba) e Guilherme (também hospedou-os em Lages).

Mais ou menos assim foi o giro com nossos amigos esperantistas franceses pela cidade. Experimentamos comida caseira, e também pratos italianos, que os franceses nunca haviam experimentado (saíram da França para comer comida italiana no Brasil?), os sabores dos restaurantes típicos; relaxamos na descontração dos bares; vimos a arte e o passado nos museus; o charme das praças; a arte austera e delicada da Mesquita; a beleza sacra da Catedral com seus vitrais altivos, seu órgão imenso, suas torres e grandiosos sinos (um possui mais de 1520kg!); apreciamos a visão panorâmica do Morro da Cruz; as belezas naturais do Parque Ecológico; as belas cascatas do Salto do Caveiras; nos aventuramos em beira aos paredões e abismos do Adventure Park nas Pedras Brancas; caminhamos pelos campos ao vislumbre bucólico das altas araucárias; e ficamos com medo do escuro (e dos sapos e morcegos) nas cavernas dos Macacos. “Um dos lugares mais belos que visitamos no Brasil! Vocês não valorizam isso!”    Disseram nossos amigos estrangeiros.
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Adveture Park (Guilherme, Geison, Edvaldo, Magali, Olivier e o instrutor do parque)
 
Na nossa conversa na Uniplac, Magali e Olivier apresentaram slides mostrando belos lugares da França. Também discutimos sobre nossas semelhanças e diferenças culturais, falamos sobre o Esperanto, e sobre a aventura do casal pela América do Sul. Foi uma ótima oportunidade para um intercâmbio cultural. Houve até depoimentos assim: “Eu sinceramente pensava que o Esperanto era uma grande besteira… uma coisa inútil! Só agora percebo como eu estava enganado. No próximo semestre com certeza vou participar do curso!”
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Uniplac - Aí está só o pessoal que ficou depois do encerramento da aula… ninguém lembrou de tirar foto antes com todo mundo...

 
 

Nossos amigos franceses ficaram em Lages por uma semana e adoraram. No começo ficamos ansiosos porém apreensivos, O Matheus, que acabara de hospedar o Olivier e a Magali em Curitiba, me convenceu: “No momento em que você começar a conversar com eles, sentir-se-á como se fossem velhos amigos”. Realmente. Já éramos amigos antes mesmo de nos conhecermos. Eis a exclusividade do Esperanto. Em absolutamente nenhuma outra língua você tem amigos instantâneos e espontâneos, e no mundo todo! Absolutamente nenhuma outra língua te permite de forma tão súbita e natural chegar a um país estrangeiro, sentar-se à mesa de um bar estrangeiro e conversar com um habitante estrangeiro como se ele fosse um amigo de longa data. Nenhuma outra língua pode te fazer mergulhar em outra cultura de forma tão rápida e intensa.   
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Pintura do Museu Malinverni Filho retrantando a paisagem típica da região. Depois de alguns dias em Lages (e muito treino), o Olivier finalmente conseguiu pronunciar “Araucária”, imitando um papagaio!
 
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Detalhe de uma das torres da Catedral
O que acontece, como o Olivier me explicava, é que turistas que falam um idioma estrangeiro e visitam outro país geralmente vagam sozinhos e perdidos ao redor dos pontos turísticos, praticam a língua em curtas oportunidades, como na hora de comprar algo ou pedir informações, e gastam muito dinheiro em hospedagem. Pois o Esperanto te possibilita fazer amigos que realmente conhecem a cultura local e que estão dispostos a te acomodar em seus lares, e mostrar seus hábitos, valores e costumes. Obviamente você pode falar um idioma estrangeiro, viajar pelo mundo e encontrar pessoas que falem a mesma língua. Mas será que essas pessoas estarão dispostas a te acolher como amigo e fazer esse intercâmbio cultural? Claro que você pode tentar, mas é só com o Esperanto que esse código é universal.
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Vista do Morro da Cruz
 
 
 
Quando falamos Esperanto, não somos mais brasileiros, nem franceses, nem chineses. Pelo menos nessa hora não me sinto um brasileiro. Eu só nasci nesta terra. Os seres humanos têm a mania de riscar linhas imaginárias no chão a fim de delimitar seu território, a fim de se separar e se distinguir dos outros humanos, sem perceber que somos todos iguais. Quando essas linhas imaginárias não são respeitadas, um país faz guerra para matar seres humanos de outros países, e eles lutam contra si, matam e são mortos simplesmente porque o destino fez com que eles nascessem em lados diferentes desses riscos imaginários. Pois o fantástico do Esperanto é ignorar essas linhas, é pular por cima delas e nos deixar mais próximos.
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Caverna dos Macacos
 
 
 
 
 
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Salto do Caveiras
 
 
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Texto em francês no site da Magali e Olivier:
https://vojaghoensudameriko.en-escale.com/un-article-sur-notre-venue-a-lages_p2212.html
Retirado do blog (com algumas alterações):
https://esperanto-uniplac.blogspot.com/2009/11/o-esperanto-e-uma-besteira.html

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